Alguns cães que apresentam problema de comportamento possuem características peculiares de se expressar: contato visual intenso, orelhas em pé e atentas, mas pouco interesse em farejar.
Frequentemente sou abordado com este tema na fanpage do Matilhando, e hoje explicarei a ordem dos estímulos sensoriais dos cães, comparados aos nossos.
Já ouviu aquele ditado: “o pior cego é aquele que não quer ver?”
Se os cães falassem, acredito que eles diriam uns ao outros: “o pior cego é aquele que não quer cheirar”.
Os cães são seres instintivos motivados por seus sentidos, e percebem o mundo essencialmente pelo nariz.
Nós humanos seguimos os estímulos sensoriais desta maneira:
1. Visão
2. Toque
3. Som
4. Cheiro
Portanto a partir do que vemos, reagimos.
Os cães seguem uma ordem totalmente diferente:
1. Cheiro
2. Visão
3. Som
4. Toque
O que o cachorro cheira, está basicamente experimentando. E desta forma ele reage a sua experiência.
Aqueles que já tiveram a oportunidade de observar uma ninhada recém-nascida, perceberam que os filhotes, mesmo sem abrir os olhos, encontram a mãe e se alimentam.
Isso só é possível porque o olfato é o primeiro sentido a se desenvolver nos caninos – e o mais importante.
Cães de focinho comprido, como o Pastor Alemão, possuem até 220 milhões de receptores olfativos, enquanto um humano tem apenas 5 milhões.
Se nós sabemos como apreciar bons aromas com esta quantidade de receptores, imagine a experiência que é para o seu peludo ter o nariz em pleno funcionamento!
Infelizmente com o habito de humanizar os cães acabamos por violar suas regras mais básicas, e com isso desestimulamos o olfato deles.
Toda a vez que tocamos ou falamos com um cão antes que ele nos cheire, bloqueamos gradativamente sua capacidade natural de investigar. Isso é falta grave na regra de etiqueta canina.
Um cachorro que utiliza plenamente o nariz para experimentar o mundo, expande a mente e, isso é um fator determinante para um estado de equilíbrio do cão, pois provoca experiências que estimulam as células cerebrais criando maiores interconexões entre elas.
Preservar a habilidade natural de farejar de seu melhor amigo, não é apenas saudável para ele como também é muito divertido.