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  • Pit Bulls e o equívoco da concepção humana

    Todos os dias vemos artigos, entrevistas e matérias na mídia focando no “perigo” e na “violência” que os cães da raça Pit Bull espalham pelo mundo. Acho curioso ver esse tema em pauta tantas vezes, com tanto sensacionalismo e tanto vigor. Me faz questionar o porque disso, já que existem tantas raças de cães no mundo, mas apenas o Pit Bull aparece como o “feroz”, “assassino”, “violento” e “incontrolável”.

    O mais curioso é que todos esses relatos vem de pessoas que tem pouca, ou nenhuma experiência com cães, porém falam com muito propriedade sobre o assunto .

    Vou aproveitar essa oportunidade, não para citar características ruins de outras raças e falar apenas do lado bom do Pit Bull, mas vou falar um pouco sobre o cão como espécie, e como qualquer um deles, pode se tornar perigoso nas mãos de pessoas sem orientação e experiência.

    Todo e qualquer cão, antes de ser adotado por uma família, deve vir quando a mesma estiver em comum acordo sobre as responsabilidades que o mesmo trará para suas vidas.

    A família deve estar preparada e disposta a assumir uma nova rotina e estruturar a vida para acomodar esse novo membro.

    Cada vez mais vejo cães com problemas de comportamento, sensíveis a todo tipo de estímulo, despreparados para enfrentar o mundo socialmente, e mentalmente desequilibrados. Essas características estão presentes, infelizmente, em todas as raças. E isso é uma consequência de atitudes humanas.

    Nós, seres humanos, como sempre, acreditamos na nossa onipotência e esperamos que todas as espécies do mundo se curvem à nós, sem nenhum esforço da nossa parte em criar um ambiente saudável e seguro para eles.

    Os Pit Bulls fazem parte dessa família, e como representantes de uma raça forte, atlética e cheia de energia, são criados, muitas vezes, de forma brusca, sem regras, sem limites, sem rotina de exercício, sem afeto, sem orientação.  Infelizmente o resultado dessa equação, em qualquer raça será o mesmo. Sinais de insegurança, agressividade, comportamento antissocial, territorialismo, possessividade e etc.

    Os exemplos estão espalhados por todo o mundo, com cães de raças diversas, porém, logicamente na concepção humana, é mais fácil apontarmos o dedo para uma raça e despejarmos a culpa na mesma, desconsiderando nossas atitudes que precedem esses cenários.

    Não acho necessário citar estatísticas, nem estudos, já que essas informações sempre existiram e estão disponíveis abertamente para o público em geral, mas acho importante citar que nós, seres humanos, temos muito que aprender sobre os cães. Precisamos aprender mais sobre sua capacidade, sua disposição, sua lealdade, sua energia e seu amor.

    Precisamos deixar os rótulos e o ego de lado, e buscar conhecimento, buscar ajuda. É hora de falar menos, e estudar mais, conhecer melhor esse animal, entender como ele funciona, o quão diferente ele é de nós e quão grande é sua habilidade conosco em todos os aspectos, e porque erramos tanto com eles.

    Vamos deixar os pré-conceitos de lado, e vamos elevar nossa postura, vamos agir como essa espécie “superior” e começar a mostrar um pouco mais de humildade para admitir que ainda não sabemos tudo, e não podemos julgar nenhuma raça de cão dessa forma.

    Vamos aprender, para cada dia nos tornarmos seres humanos e líderes melhores, para os cães e para o mundo.

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