Historicamente falando, o cão da sua atual concepção humana, não teria sido domesticado, teria virado comida, mas não precisamos radicalizar (embora o exemplo forte dê uma certa noção de onde queremos chegar com o texto), nosso tempo é outro e, ainda bem que, atualmente temos a possibilidade de apenas desfrutar da companhia dos nossos cães, mas a pergunta que fica neste contexto, o mundo mudou, mas os cães mudaram também? Pessoalmente eu tenho minha opinião, mas pense você e pense no que era chamado problema de comportamento canino antes em um passado recente, e no que é problema de comportamento canino hoje e veja o que de fato mudou.
Se os cães mudaram por que observamos os mesmos comportamentos dos cães primitivos? Por que observamos os mesmos comportamentos inerentes ao propósito e função da raça? Aí o questionamento muda para: você sabe quem é seu cachorro? Ás vezes, você só tem um cão porque é um consumidor de ideologia pronta, porque simplesmente gosta, porque simpatiza com o movimento, porque é emocionalmente carente e gosta mais de bicho que gente ou, foi uma vítima da agenda mercadológica ou, o ciclo social no qual você está ou deseja estar inserido necessita de um cão para validar sua participação. Nenhuma dessas “qualidades” te faz bom entendedor do seu cachorro, sorry…
O cão nasceu em um mundo de fronteiras naturais, não em um mundo artificial de fronteiras criadas por nossa mentalidade de segurança, um cão está apto a trabalhar pela satisfação das suas necessidades, mas a gente entrega ao cão tudo de mão beijada, tirando deles o propósito da vida. Ou você acha que seu cachorro nasceu pra viver no sofá roendo um brinquedinho sofisticado? Ensinar os cães a viver em nosso contexto requer aprimorar sua adaptabilidade para o entendimento de uma realidade não apenas diferente, mas oposta a dele. Os cães se esforçam para entender sobre nosso mundo e sobre a maneira de nos comunicarmos com eles, mas a gente não procura entender o lado deles pra se comunicar com a clareza que eles esperam de nós.